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Tudo o que você precisa saber sobre o trekking para o Acampamento Base do Everest

  • Foto do escritor: viajando100pressa
    viajando100pressa
  • 29 de mai. de 2017
  • 7 min de leitura

Quem conhece eu e o Rafa sabe o tanto que nós gostamos de aventuras, esportes e contato com a natureza. A ideia de fazer esse trekking surgiu 3 meses atrás, ainda no Brasil. Um amigo contou como foi fazer a trilha há mais de 15 anos, e nos inspirou a encarar o desafio.

O que sabíamos desde o início é que queríamos fazer tudo sozinhos, sem guia, sem ninguém carregando nossas bagagens e sem utilizar nenhum medicamento para altitude. Nós achamos que o trekking não teria o mesmo valor e significado se fosse diferente disso.

Começamos a pesquisar relatos de outras pessoas que também fizeram sozinhas, mas não achamos muita informação pela internet. Os poucos relatos que achamos eram de pessoas que fizeram excursões com guia. Quase toda a informação que conseguimos foi lá em Katmandu mesmo, em agências de turismo e conversando com outros turistas nas ruas. As agências, na verdade, escondem algumas informações para conseguir vender pacotes e opções mais caras para seu trekking.

É por isso que queremos compartilhar tudo aqui, para encorajar e ajudar outros aventureiros!

Antes de contar sobre nossa experiência, vamos entender um pouquinho sobre a região onde acontece o trekking.

O queridinho Monte Everest está localizado dentro do Parque Nacional de Sagarmatha, na zona de Sagarmatha. O parque, que faz parte dos Himalaias, foi criado em 1976 e desde 79 é considerado Patrimônio Mundial da Unesco. A altitude na área do parque varia de 2845m em Jorsale e o cume do Everest, com 8.850m.

Toda a caminhada até o 'grandioso' ocorre no distrito de Solukhumbu, cuja sede é Salleri. Durante todo o caminho são infinitos vilarejos, dos mais humildes, àqueles preparados para o turismo.

DOCUMENTOS PARA TREKKING

Antes de partir para a aventura é necessário providenciar algumas questões burocráticas. Para realizar qualquer trekking no Nepal você precisará solicitar uma autorização chamada Trekker’s Information Management System (TIMS). Você pode conseguir esse documento no Nepal Turism Board, em Katmandu mesmo. Basta levar o passaporte, duas fotos 3x4, preencher um formulário e pagar a taxa de 2.000 rúpias. O formulário tem perguntas sobre seguro de viagem, quantos dias você pretende permanecer na região, entre outras. Como no restante da Ásia, o critério com formulários não é nem um pouco rígido. Eles basicamente não conferem nada. Preocupe-se apenas em informar quantos dias de trekking você pretende fazer, pois esse é a única informação que de fato constará no seu cartão. É tudo bem simples e sai na hora.

Agora que você tem seu card, só precisa da autorização para entrar na área do Sagarmatha National Park. Essa autorização também pode ser concedida, na hora, lá no departamento de turismo, mas só até 13h. Basta apresentar seu passaporte, seu TIMS e pagar a taxa de 3.400 rúpias. Também há a opção de tirar essa segunda autorização lá mesmo na entrada do parque, um pouco depois do vilarejo chamado Monjo.

Esses dois papéis precisam ser apresentados a postos de controle algumas vezes durante o trekking, portanto, não os perca!

FAZENDO AS MALAS

Esse é um tópico bem importante! São em média 14 dias de caminhada, carregando toda a bagagem, enfrentando temperaturas que variam de -15º a 25º. Sendo assim, é importante levar na mala só os itens realmente necessários, mas se prevenir para as adversidades.

Nós fizemos o trekking no final de abril/início de maio, época de calor no Nepal. Na sombra e de noite é frio, muito frio. Mas acredite, o sol é de rachar durante o dia. Tanto o sol quanto o vento frio queimam muito a pele. Portanto é importante estar protegido. Vimos várias pessoas bem branquinhas com braços e pescoços super queimados.

O frio é relativo. Durante a caminhada não é um problema, mas quando se está parado o bicho pega. O ideal é levar camadas de roupas, ao invés de uma dezena de casacos ou apenas um mega quente. Para quem não sabe, as camadas são basicamente as seguintes: segunda pele, um casaco quentinho e um corta vento. Ótimo!

Banho só para quem estiver disposto a pagar entre 300 e 600 rúpias. Caso contrário, nem se preocupe em levar muitos itens de higiene. Nós mesmos só tomamos dois banhos durante os 15 dias.

Aí vai a nossa sugestão de mala:

Para proteger do sol

1 óculos de sol

3 camisas de dryfit de manga comprida

1 boné, viseira ou chapéu

1 protetor solar

1 protetor/hidratante labial (importante para o frio e sol)

Para proteger do frio

1 primeira pele (calça e camisa)

2 casacos quentes (um para a trilha e um para se aquecer no lodge)

1 corta vento (de preferência à prova de água)

1 calça quentinha para dormir

1 par de luvas

1 lenço multiuso, que você pode usar na cabeça, no pescoço e para proteger o nariz e a boca (não sabemos o nome correto desse lenço, mas todas as lojinhas em Katmandu têm para vender)

1 par de meias quentes (para usar à noite)

1 saco de dormir

* Também é bom levar uma capa de chuva

Equipamentos gerais

1 garrafa de metal (leia o post sobre como dormir aquecido)

1 garrafa térmica para fazer chá

1 garrafa da Nalgene, que não deixa a água congelar

pastilhas de cloro suficientes para beber 4 litros de água por dia

1 par de botas (botas que já tenham sido usadas anteriormente e estejam macias)

1 par de chinelos

3 pares de meia para caminhada

1 capa de chuva

1 lanterna (headlamp de preferência)

*Pra quem tem problema de joelho é legal levar uma joelheira

Para distrair

1 baralho

1 bom livro

*Nós levamos o tablet com alguns filmes baixados e foi bem legal

Medicamentos (existem farmácias em Namche Bazar e um hospital em Periche)

Diarreia

Enjoo

Dor de cabeça

Antitérmico

Dor muscular

Anti-inflamatório

Remédio pra dor

*Caso você seja como a Gabi, que fica doente toda hora, melhor levar a farmácia inteira! rsrsrs

Faremos um outro posto com todas as dicas de onde e como comprar os equipamentos. Tem para tudo quanto é bolso!

CHEGANDO EM SOLUKHUMBU

Com as malas prontas, precisamos chegar a Solukhumbu para iniciar o trekking. Você pode optar por meios terrestres ou aéreos para chegar lá.

--- Jeep/Ônibus ---

Essa é a maneira mais econômica, porém mais demorada e cansativa. Os jeeps e ônibus saem todos os dias, bem cedinho, do bairro de Chabel, lá em Katmandu mesmo. Em 05/2017 custavam, respectivamente, 1.400 e 1.000 rúpias. São cerca de 12 longas horas de viagem até Salleeri. A distância em km não é tão grande, mas as estradas são terríveis. Os jeeps logicamente transportam menos gente que os ônibus, mas os relatos que ouvimos é de que a viagem não é nada confortável e que todos os passageiros vão bem espremidinhos.

Imaginando que o espaço no jeep seria apertado, optamos por comprar as passagens de ônibus. O rapaz da agência nos disse que era mais confortável, então ficamos 100% convencidos de que era a melhor opção. “Sonho meu, sonho meu”. Nosso querido transporte de viagem nada mais era do que um buzão local. Nem sabemos dizer quantas pessoas entraram naquele ônibus durante às 12h. Era um mundo de gente esmagada entre os minúsculos espaços do ônibus, sem falar nos enormes sacos de frutas e legumes que ocupavam todo o chão. Fazia um calor insuportável, mas abrir a janela não era opção, pois vinha um mar de poeira do lado de fora. O “cobrador” do ônibus garantiu a trilha sonora nepali altíssima durante todo o trajeto.

Quem já teve a oportunidade de andar em um ônibus local em Katmandu sabe como é.... pensa naquilo lá durante 12h! Em alguns momentos eu e o Rafa ríamos, mas em outros a vontade era de desistir e sair correndo. Isso sem falar no perigo que são as estradas. A pista é um corte feito na montanha. De um lado um paredão, do outro um penhasco! O espaço é o ideal para um carro, mas a todo tempo passam dois caminhões/ônibus juntos. Aliás, é ônibus, trator, carro e moto, tudo junto. Asfalto só nos primeiros kms da jornada, o restante é terra batida com muita pedra. O Rafa reparou na condição dos pneus do ônibus, e advinha! Um mais careca e velho que o outro. Em alguns momentos era preferível só fechar os olhos e torcer para que tudo desse certo.

Doze horas depois você chega à cidade de Salleeri. A partir dali, são de três a quatro dias de caminhada até Lukla, de onde a maioria das pessoas começa o trekking.

Ahhh... para os mais corajosos ainda, há a opção de iniciar o trekking em Jiri, que fica a seis dias de caminhada de Lukla. Para essa opção tem que pagar a permissão de entrada em outro parque (cujo nome não sabemos agora). Esse ônibus sai diariamente da rodoviária de Thamel e custa 680 rúpias.

--- Avião ---

Os voos saem diariamente de Katmandu a Lukla e custam 158 dólares. São uns 30 minutos de viagem, no avião que tem uns 30 assentos. Como a aeronave é pequena, dá uma balançadinha, mas nada de mais. O aeroporto é conhecido como um dos mais perigosos do mundo, pois foi construído na encosta de uma montanha. A pista de pouso e decolagem é super curta, e tem uma inclinação de 12%. Apesar desse título, eu e o Rafa ainda achamos que essa opção é mais segura que viajar de ônibus ou jeep pelas estradas loucas no Nepal. Dá uma conferida nesse vídeo do avião decolando.

Nós aconselhamos fazer pelo menos uma das pernas por terra. A trilha é linda e há uma porção de pequenas vilas pelo caminho. Nesse trecho quase não há turistas, então a relação com a população local é mais natural. As pessoas não estão tão acostumadas com o turismo, então dá a impressão de ser mais vida real! Quando você passa de Lukla tudo muda. Praticamente só tem turistas, e a relação com os sherpas se restringe a trocas comerciais.

Por hoje ta bom, né?

Ainda essa semana postaremos várias outras dicas e o relato sobre nosso percurso.

:)

Pra te animar um pouquinho vamos adiantar algumas fotos do trekking.

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