Dois dias em Bagan
- viajando100pressa
- 18 de abr. de 2017
- 6 min de leitura
Bagan certamente é o cartão postal de Myanmar! A fama se deve às mais de 2 mil pagodas e templos espalhados pela região. A maioria das construções foram feitas entre os séculos XI e XIII, quando Bagan era capital do império birmanês. A UNESCO já tentou várias vezes designar o local como Patrimônio da Humanidade, mas várias construções foram restauradas de maneira indevida, a mando da junta militar que estava no poder. Essas alterações de estilo arquitetônico e materiais não permitem que Bagan seja considerada. Mas vamos à nossa experiência por lá!
HOSPEDAGEM
Bagan oferece várias opções de hospedagem, pra todos os bolsos. Resorts de mais de 200 dólares a diária, a hotéis simples de 15 dólares. Foi exatamente nesse mais baratão que nos hospedamos. Ele não era localizado no centro de Bagan, ficava próximo ao aeroporto. Mas a cidade é tão pequena que tudo fica perto.
O próprio hotel oferece aluguel de E-bikes, bikes elétricas, por 10.000 kyats a diária e bicicletas por 3.000 kyats. Ambos tendo a opção da meia diária.
O hotel até que era bacana, limpo, ar condicionado e banheiro dentro do quarto. Além de ter café da manhã incluso. Não era nada de mais, mas atendeu muito bem nossa necessidade.
PRIMEIRO DIA
Depois da longa e divertida viagem de van, chegamos ao nosso hostel. Descansamos um pouco e às 16h40 saímos para dar uma volta de bike. Saímos meio sem destino mesmo, até pq lá em Bagan há pagodas para todos os lados.

No caminho, fomos convidados a conhecer uma comunidade rural onde vivem 700 pessoas, 120 famílias. Fomos introduzidos aos costumes da vila, onde são produzidos amendoim e outras castanhas, onde é criado gado e são produzidos tecidos também. Conhecemos todos os processos da secagem do amendoim e da produção de óleo de amendoim. Vimos a fabricação artesanal de lenços, e uma senhora de 91 anos que estava agachada no chão trabalhando com os fios. Depois de finalizar o serviço dos lenços, ela pegou um cigarro de palha bem grande e ficou fumando, ainda na posição agachada. Ficamos impressionados com aquela senhorinha! Foi interessante, mas a todo momento sentíamos que aquilo não era natural. Tudo que vimos parecia uma encenação para no final receber dinheiro.

Saindo de lá passamos por vários templos e decidimos parar no alto de uma montanha pra ver o nosso primeiro pôr do sol. Esse ponto é bem procurado pelos turistas. Logo o lugar ficou cheio de gente. Nesse dia o céu não estava dos melhores, pois havia muitas nuvens e o sol acabou se escondendo atrás delas.
Seguimos nossa pedalada ao centro da cidade. Encontramos vários restaurantes bem bacanas, com cardápio bem diversificado, mas optamos por um restaurante local mais simples. Os pratos eram bem servidos e não custavam mais de 1.500 kyats. O Rafa optou por um arroz com frango, ovo e legumes, e eu preferi provar uma comidinha típica. Adorei a culinária de Myanmar! Tem muito grão, uns feijões fritos deliciosos!!! Nos fartamos! De sobremesa, um sorvete expresso que encontramos numa padaria.
SEGUNDO DIA
Acordamos às 5 horas manhã, alugamos uma E-bike, e seguimos rumo ao nascer do sol. Optamos por assistir em um templo famosos chamado Shesandaw. Mal chegamos e vimos que o lugar é mesmo popular. Estava cheio de carros, ônibus e e-bikes. Subimos no templo e achamos um cantinho bom para apreciar o dia nascendo. Lembrando que esse templo foi o único que nos exigiram apresentar o comprovante de pagamento da taxa de 20 dólares.
O sol mal começou a sair e avistamos uns sete balões subindo ao longe. É lindo de se ver! A alta temporada de balões acaba em março, então em abril são poucos voando. Certamente tudo fica mais lindo lá do alto, mas para desfrutar dessa vista são cobrados 400 dólares por pessoa. Salgado, né? Para quem tem condições de pagar, certamente vale muito a pena! Ah, importante dizer que esse é o valor para esse período fora de temporada, a partir de abril. Demos uma pesquisada rápida e achamos voos por U$295 no mês de março. A temporada de balões dura de outubro a março, e os voos duram cerca de 40 minutos.


Nos contentamos em ver tudo do chão mesmo. O sol nasceu, aquela enorme bola vermelha, sem muitos raios. Uma linda composição! Depois que o sol nasce os balões continuam sendo a atração dos cliques. Quando descemos do templo notamos que havia uma outra pagoda logo atrás com menos pessoas. Ela é um pouco mais baixa que Shesandaw, mas pode ser uma opção bacana também, já que estava bem mais vazia e o templo de Shesandaw passa a enfeitar a vista também.
De lá, seguimos para Dhammayan Gyi Pagoda. Nós acabamos chegando por acaso, mas gostamos muito desse lugar. Essa pagoda tem uma imagem linda de Buda, pinturas na parede e uma escada diferente de todas que já havíamos visto, que dá acesso a um segundo andar.


Havia apenas 6 pessoas nesse templo quando chegamos, mas log logo quatro delas foram embora e ficamos lá quase que sozinhos. Duas moças faziam ioga, enquanto aproveitavamos para fazer um voo de drone E logo em seguida 4 foram embora. Fizemos lindas imagens de Drone desse templo e dos arredores.



Voltamos para o hotel para aproveitar nosso café da manhã. Pra nossa surpresa o café da manhã não era nada mais nada menos que macarrão com legumes e um ovo em cima. Não é o que estamos habituados a comer pela manhã, mas estava bem saboroso!

Alimentados, voltamos para saga dos templos. Visitamos um templo bem grande chamado Ananda. A arquitetura dele é um pouco diferente da maioria em Bagan. Muito bonito por fora, mas o mais incrível é a gigantesca imagem de Buda no interior dele. Havia muita gente orando e ofertando dinheiro à imagem. Também notamos que eram vendidas folhas de ouro para colar na imagem de Buda, assim como na pagoda Mahamuni, em Mandalay, mas nesse era permitido que as mulheres tocassem a imagem e colassem o outro também.
De lá seguimos para Shwezigon Pagoda, um templo lindíssimo, todo dourado, gigantesco. Ele estava passando por um processo de reforma, mas nada que afetasse a beleza do lugar.

Notamos que em Bagan as pessoas já estão mais acostumadas com os turistas. Elas já aprenderam a aplicar certos "golpes", e nós caímos. Estávamos andando pelo templo, quando uma menininha veio em nossa direção, falando birmanês, nos chamando para segui-la. Não sabíamos do que se tratava, mas não queríamos ser mal educados, então fomos atrás. Muita gente também seguia nessa direção, então fomos também. Entramos em um pequeno templo, com uma imagem "do buda da sorte". Umas senhoras nos puxaram e praticamente nos obrigaram a seguir o ritual para pedir sorte. No final, não nos deixaram sair até que pagássemos quase 30 reais. O Rafa deu uma enganada lá, pagamos 10 reais e saímos. Ninguém vai morrer por 10 reais, mas achamos uma situação bem chata. As "técnicas" para venda de postais e artesanatos são bem apelativas para o lado emocional, coisa que nos chateou um pouco nesse templo. Mas no final das contas valeu a visita, pois vimos muitas famílias tradicionais birmanesas, observamos enquanto eles faziam suas preces, as roupas...
Na hora do almoço, voltamos ao restaurante que jantamos na noite anterior. Não sabemos informar direitinho a localização nem o nome, mas nossa dica é que você procure pelos restaurantes de comida tradicional. Vale conferir, pois os temperos são realmente muito gostosos e as comidas costumam ser mais baratas. Inclusive, me apaixonei por um pãozinho que era servido nesse restaurante, com um recheio meio doce. AMEI!
Para a sobremesa, paramos em uma sorveteria. Ninguém lá falava inglês, então escolhemos qualquer item do cardápio e apontamos. Olha que coisa mais engraçada esse sorvete! Uma mistureba de sorvete, gelatina, sagu, pão e outras coisas que até agora não conseguimos entender! Não era gostoso, mas achamos a maior graça em provar!

Voltamos para o hotel, pois o calor já estava no nível insuportável! O bafo quente parecia que ia queimar nossos rostos.
Ah, preciso comentar sobre a E-bike que alugamos! Ela parecia uma moto, mas como é elétrica não faz barulho nenhum, na verdade até parece estar desligada! O Rafa pilotando era a coisa mais engraçada! Ele está acostumado a pilotar motos grandes, então era hilário vê-lo sentado naquela motinha, a 13km/h. Até os cachorros na rua ultrapassavam a gente. Pelo que soubemos lá não é permitido alugar motos para turistas, então a opção é a bike, e-bike, ou pagar alguém para fazer os passeios.
Decidimos que já estávamos satisfeitos com o que tínhamos feito em Bagan e compramos passagens para o Inle Lake. O ônibus noturno saía nesse mesmo dia. As passagens variam de 11.000 a 18.500 kyats. Tem opção de ônibus às 7h30, 8h30, 19h30 e 20h30. Para o mesmo dia não existia mais a opção mais barata e segunda opção era uma daquelas vans, muito desconfortáveis diga-se de passagem. Como a viagem para lá é longa, 11 horas, e passaríamos a noite no ônibus, optamos pela opção mais cara que é o VIP bus. Pagamos os 18.500 kyats, mas valeu a pena pois o ônibus era realmente bom!


Próxima parada: Inle Lake!
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