Segundo dia em Mandalay
- viajando100pressa
- 16 de abr. de 2017
- 4 min de leitura

Nossa ideia inicial era ficar apenas um dia em Mandalay e seguir para Bagan, mas uma oportunidade ímpar surgiu e decidimos adiar em um dia nossa despedida da cidade. O Rafa conheceu uma moradora de Mandalay pelo Couchsurfing. O aplicativo é proibido no país e quem hospeda turistas em casa pode ter problemas com a polícia. Apesar disso, a Winty usa bastante para conhecer estrangeiros, fazer amizades e praticar o inglês. Ela tem 20 anos, faz faculdade de turismo e sonha trabalhar como guia aqui pelo Myanmar. Pois bem, ela certamente será uma ótima guia, pois fez do nosso segundo dia muito especial. Combinamos de nos encontrar após o café da manhã e fomos passear pela cidade. Eu e Rafa em uma moto e ela e um amigo em outra.
Primeira parada: templo Swe Daw.

Esse templo é um pouco distante do centro da cidade, 13km. O trânsito é agitado, mas nada impossível para quem tem alguma experiência com moto. Ah, lembrando que sempre usamos o mapa do celular para saber as rotas direitinho. Que fique claro que sou ótima co-piloto.

Chegamos ao templo e logo de cara ficamos surpresos com a beleza da parte externa. Parecia passar por uma pequena reforma, mas nada que incomodasse os admiradores. Por dentro, o teto é todo decorado, lindo! Passamos pouquinho tempo lá, pois estávamos ansiosos para conhecer o segundo templo.
Segunda parada: Snake Temple.

Chegamos ao tal templo das cobras. Nós dois estávamos bem ansiosos por visitar esse local, pois já havíamos lido sobre ele no aplicativo Minube. Leia nosso post sobre os aplicativos para usar na Ásia. A Winty nos explicou que existem alguns templos com cobras pelo país, então talvez não se tratasse exatamente do templo que havíamos visto nas fotos. Depois descobrimos que de fato não se tratava do mesmo, mas para nós era incrível também. O templo é bem diferente de todos que já havíamos visitado. Descobrimos que viajantes birmaneses podem se hospedar gratuitamente nele. Só não sei quem seria o louco de dormir nesse lugar!

Esse é um templo em homenagem a quatro pítons. De acordo com a Winty, o templo foi construído depois que um monge sonhou que as cobras tinham poderes espirituais, então deveria ser construído um espaço dedicado a elas. As pítons vivem enroladas em uma imagem de Buda, e todos os dias, às 11h30, elas são lavadas. O banho ocorre dentro de uma “piscina”, cheia de flores e pétalas. Durante a lavagem, as pessoas oferecem dinheiro a elas. É bizarro e engraçado ao mesmo tempo! Em seguida são retiradas do tanque e podem ser tocadas pelas pessoas. O curioso é que as pessoas ficam curiosas para olhar, mas morrem de medo! Rafael não perde tempo, né? Olha ele lá pegando a bichona horrorosa!

Foi um passeio bem divertido e diferente! Vale a pena conhecer!

Saindo de lá fomos conhecer um outro templo muito famoso, o Templo do Buda de Jade. Ele é bem diferente de todos os templos que passamos, pois é todo construído com pedras, muito mármore, bem bonito.


De lá, fomos todos almoçar em um restaurante de comida tradicional. O local era bem simples, mas estava lotado, todos os clientes eram nativos. Pagamos 2.400 por pessoa para comer à vontade. Dá uma olhada na quantidade de comida que trazem para as mesas!!!!! E detalhe que você pode pedir para eles reporem o item que quiser quantas vezes quiser.

Tinha frango, peixe, porco, bamboo, abóbora, feijão branco, feijão marrom frito, batata, quiabo, salada, além de várias outras comidinhas apimentadas. Eu, Gabi, achei essa uma das melhores comidas que provamos na Ásia até agora! No final, provamos um docinho típico bem açucarado. Tentaram nos explicar que é feito a partir de uma árvore, mas não entendemos muito bem o processo.
Depois do almoço, a Winty e o amigo tiveram que ir embora, então nós seguimos nosso passeio de moto sozinhos. Entramos em uma vila cheia de casas de madeira e bamboo. As casinhas eram suspensas, pois em época de chuva tudo fica alagado e eles se locomovem apenas com os barcos, que estavam guardados embaixo de cada casinha. Íamos passando e as famílias nos cumprimentavam, principalmente as crianças. "Oi" em birmanês se fala "mingalaba". Vocês não imaginam os sorrisos nos rostos das pessoas quando as cumprimentamos no idioma delas.


Ao longo da vila vimos muitos grãos secando ao sol, amendoim, feijão, castanhas. Animais como boi, vaca, porco, todos presos embaixo das casas, na sombra, afinal, o sol estava de rachar. Havia também várias pequenas marcenarias. Um trabalho mais lindo que o outro. Mesas, cadeiras, tudo sendo esculpido ali em frente aos nossos olhos.



Final da tarde aproveitamos para ver o pôr do sol no famoso Mandalay Hill. É um templo que fica no alto de uma montanha, com a vista da cidade toda. Para chegar ao topo há duas opções: subir uma escadaria de 1.800 degraus ou subir por um outro caminho de moto ou carro. Depois de passear tanto, sinceramente, não estávamos animados para subir tudo aquilo a pé. Rsrsrsrsr Fomos de moto mesmo!




Pagamos 1.000 kyats para entrar, taxa cobrada apenas para turistas. O templo é BEM grande, tem várias "alas". Na verdade, parece mais um complexo de templos. Achamos o lugar bem sujo, várias partes parecem abandonadas. O Rafa não se incomoda em andar descalço, mas eu confesso não curtir muito e aqui não tem como fugir, precisamos tirar os sapatos em todos os templos e eles são bem sujinhos. Mas é claro que também tem muita coisa bonita para se ver além do visual da cidade. Dá uma olhada nessas paredes feitas de espelhos!


Vale a pena conhecer, apesar de não ter sido nosso passeio preferido pela cidade.
Terminamos nosso dia jantando em um outro restaurante local que encontramos. Restaurante pequeno, tranquilo, a dona veio logo nos receber e nos tratou com a maior atenção. Pedimos dois pratos que ela disse serem tradicionais: Tea Leaf Salad é um arroz frito com castanhas. Gente, vocês não têm ideia da delícia que estava aquela comida! Ô comidinha boa é essa de Myanmar! Conquistou real meu coração! Vale a pena conhecer esse restaurante, é gostoso e bem baratinho, pagamos menos de R$3 por cada prato.

Dia seguinte -> Partiu Bagan, a cidade de mais de 2.000 templos.
Ah, pessoal! Como falamos no início do texto, a Winty está estudando para se formar guia turística! Super a indicamos! Quem vier a Mandalay pode procurar por ela.
Seguem os contatos:
+950943147394
winty2471@gmail.com
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