Rússia, o país congelado!! ️️☃️️☃️️☃️️☃️️☃️️☃️️☃️️️️️️️️️️️
- viajando100pressa
- 28 de fev. de 2017
- 10 min de leitura
A Rússia nos surpreendeu tanto!!! Nossas expectativas foram superadas em 1000%.
Como vivemos muitas experiências diferentes, resolvemos fazer esse post todo em tópicos, para facilitar o entendimento de cada assunto!
Esperamos que gostem e, quem sabe, animem-se em conhecer Moscou também.
SAINDO DO AEROPORTO
Desembarcamos na gélida Moscou às 5h e já no aeroporto percebemos que os russos não são muito calorosos! Na imigração, olharam nossos passaportes e nos encararam várias vezes! Para minha "sorte", Rafael já sabia falar “sim” e “não” em russo! Ufa! Hahahahah
Agora vamos aos meis de transporte para sair de lá.

Se estiver sozinho, o Aerotrem pode ser uma boa opção, já que custa 500 rublos. Se estiver acompanhado, o táxi é melhor pois custa 1.000 rublos. Caso queira economizar ainda mais, tem a opção de pegar um ônibus de 150 rublos e depois o metrô de 35 rublos. Nosso anfitrião tinha nos passado as coordenadas para ir do aeroporto à casa dele de ônibus e depois pegar o metrô. Como conhecemos um casal de brasileiros, acabamos indo de aeroexpress com eles. Apesar de mais caro, decidimos ir pq chegamos às 5h da manhã, estava frio, nevando, não havíamos pesquisado muito sobre os meios de transporte e o câmbio do aeroporto estava muito ruim! Compramos os tickets no cartão e deixamos para trocar dinheiro na cidade, onde o câmbio é bem melhor.
No último dia, para voltar ao aeroporto, acabamos pegando um táxi. Isso pq resolvemos fazer um almoço para agradecer o nosso anfitrião por todas as oportunidades e bons momentos, e acabamos nos atrasando.
Ah, lá também existe Uber, mas a conexão Wi-Fi do aeroporto e bares só serve para os celulares russos, então não conseguimos nos conectar para pesquisar informações e calcular o preço.
COUCHSURF
Essa foi nossa primeira experiência como casal no couchsurf. Foi incrível e fez toda a diferença na nossa forma de ver e conhecer a Rússia. Nosso "couch" era Romeno, mas já mora em Moscou há 14 anos.
Chegamos na casa dele poucas horas antes dele sair pra trabalhar, ele nos apresentou a casa, os cachorros e conversamos um pouco. Depois de dois dias viajando, descansamos um pouco e fomos passear pela Red Square.
Quando retornamos, ele preparou um jantar simplesmente delicioso, tipicamente romeno.

Que delícia, sério!!!!!
Ele convidou um casal de amigos russos e ficamos bebendo e conversando. Abrimos as garrafas de cachaça que levamos e lá se foram caipirinhas e shots de Seleta. Os amigos dele falavam muito pouco inglês, então, ele traduzia quase tudo pra todo mundo. Conversamos muito sobre a Copa do Mundo, sobre o que achávamos da Rússia....
O rapaz, chamado Antony, nos convidou para ir no dia seguinte à "fazenda" da família. Relutamos um pouco, pois achávamos que poderia ser chato e perderíamos a oportunidade de conhecer mais a cidade. Só topamos pq nosso "couch" estava muito animado. Na ida deu tudo errado! Sabe aqueles filmes em que a pessoa estaciona no lugar errado, e depois de 10 minutos volta e o carro não está mais lá? Pois é, na Rússia é assim! Tivemos que ir ao depósito buscar o carro do Antony e perdemos horas.
O que fazer nesse intervalo de tempo? Um boneco de neve, claro!

Depois de algumas horas de atraso, chegamos à fazenda! Foi INCRÍVEL! Fomos super bem recebidos e conhecemos um pouco mais sobre a forma como eles vivem! Tem um tópico mais embaixo sobre esse assunto!
Quando retornamos da fazenda, descansamos um pouco e fomos patinar no gelo em um lugar recomendado pelo nosso anfitrião. Ele até quis ir conosco, mas estava cansado e chovendo um pouco, então ele resolveu ficar em casa. Era nossa última noite então queríamos aproveitar! O lugar era liiiindo, a pista enorme e com pouquíssima gente, cheia de luzes, música e decorações! E custou só 1.500 rublos, cerca de R$75 reais para o casal, por 1h!


No nosso último dia, o anjo do nosso anfitrião preparou café da manhã romeno pra gente. Estava tão bom que nem deu tempo de tirar foto hehehehe. Depois de ser tão bem alimentada, quase que eu largo o Rafa para morar com ele. Resolvemos fazer um almoço para agradecer todo carinho e preocupação que ele teve conosco. O almoço quase deu errado por conta de dificuldades de ler os rótulos em russo, mas deu tudo certo no final.
Como segundo gesto de carinho, fizemos um chaveirinho pra ele e dissemos que poderíamos ter feito uma pulseira tb, mas não sabíamos se ele usava. Na mesma hora hora ele disse que queria uma pulseira tb e arranjou um cadarço para fazermos hahahhaha

Foi uma experiência ótima, recomendamos demais o couchsurf! Além de economizar, você faz amigos e tem a oportunidade de conhecer a cidade sob a perspectiva dos moradores. Lógico que tem seus pontos negativos tb. Não tivemos privacidade, dormimos na sala, e às vezes ficamos um pouco à mercê das vontades do anfitrião, mas achamos que os pontos positivos compensam muito!!!! Para quem está aberto às oportunidades de conhecer pessoas e culturas novas é muito legal. Nosso couch se tornou um verdadeiro amigo.
UM DIA NO CAMPO
Como dissemos acima, fomos convidados a passar um dia na casa de campo do pai do Antony. No começo, relutamos um pouco, mas depois achamos melhor ir. Foi a melhor decisão que tomamos!

A experiência foi única e incrível. Já fomos recebidos com doses de vodka na chegada. Sergay (Sérgio, em russo), o dono da casa, já encheu nossos copos, tirou uns pimentões em conserva e disse, "Russian tradician." Dois minutos depois ele encheu o copo e ofereceu tomates da sua estufa. Foi assim até o Rafa tomar 9 shots de vodka e eu uns 6. Sergay era um amor de pessoa, nos apresentou a casa, mostrou, todo orgulhoso, as geléias de frutas tipicamente russas. Ele nos mostrou um escorrega fantástico que tinha no quintal e passamos alguns minutos nos divertindo nele. Detalhe, ele não falava uma palavra em inglês, era um diálogo super engraçado.
Enquanto nós ficávamos bêbados e encantados com toda aquela receptividade, a janta ficava pronta. Um prato Uzbequistão, uma espécie de risoto de carneiro que cozinhava na churrasqueira. Além da família do Antony, tinham alguns casais de amigos dele que aos poucos fomos conhecendo e "nos comunicando".


Enquanto jantávamos, a sauna (banha, em russo) já estava pronta para ser usada. Era uma sauna seca dentro da casa pequena. Nos deram lençóis e chapéus engraçados para proteger a cabeça. Como fora da casa a temperatura é de -2graus, ao invés de tomar uma ducha após a sauna, eles vão para o lado de fora e passam neve no corpo. O sem juízo do Rafael até desceu no escorrega de toalha!!!!

É incrível o tanto que eles bebem! Após a sauna todo mundo se reuniu dentro da casa e ficou conversando e bebendo até umas 2h30 da manhã, quando não aguentamos mais ficar com os olhos abertos e fomos dormir. Os russos continuaram a bagunça até mais tarde. Nos deram um colchão de ar que estava furado, acordamos no chão, mas felizes.
Acordamos um pouco antes de todo mundo e ficamos curtindo a preguiça da manhã chuvosa e fria.



Quando todos acordaram, fomos para a casa principal, onde a esposa do Sergay preparava deliciosas panquecas de café da manhã. Essa é outra tradição Russa, nas semanas que antecedem a primavera eles comem panquecas. Comem com geleia e um creme com gosto de yogurt.
O tempo deu uma melhorada depois do café da manhã, quase as 11h da manhã. E ajudamos a cortar lenha e ascender a fogueira para preparar o almoço. Depois disso, resolvemos finalmente fazer o nosso tão sonhado boneco de neve, que terminou virando boneca, hahaha


A boneca virou atração e todos quiseram tirar fotos com ela. Pior que ela ficou linda mesmo, graças às dicas dos nossos amigos. Quando terminamos o boneco de neve estávamos com tanto frio que resolvemos dar uma caminhada para esquentar o corpo enquanto o almoço ficava pronto. Saímos andando pela estrada congelada e chegamos a um bosque lindo e completamente diferente de tudo que já havíamos visto, tudo branco congelado. O Rafa aproveitou pra fazer um xixi na neve e ver qual era a sensação... homens....rsrsrsrs


Quando voltamos para a casa, o almoço estava servido. Legumes feitos na brasa e um franguinho assado. Que delííícia! Comemos sem limites!

Tivemos que nos despedir correndo pra não perder a carona de volta pra cidade.
Nos despedimos de todos com um aperto no coração, mas vida que segue.
RED SQUARE
A arquitetura russa é realmente grandiosa e exótica! As construções são lindas e bem diferentes de tudo que já vimos. Como era feriado, o centro da cidade estava muito movimentado, cheio de atrações, teatros, intervenções artísticas para adultos e crianças.
Um show de cores e fantasias! O feriado era em comemoração à aproximação da primavera!





Foi um passeio lindo, ainda mais com os monumentos cheios de neve, mas longe de ser a única atração de Moscou.
Para falar a verdade, eu e o Rafa não fizemos tanta questão de entrar nos museus, pois não estávamos muito por dentro da história de cada lugar, e tudo era explicado em russo!!! Ficamos felizes e contentes em apreciar tudo de fora.
METRÔ
Estávamos um pouco desconfiados pq ainda no Brasil nos alertaram que no metrô era comum ocorrer pequenos furtos e até os policiais poderiam ser um pouco corruptos. Mas não tivemos nenhum problema, pelo contrário, nos sentimos super seguros o tempo todo e observamos muitos policiais e exército nas ruas e estações! Chegamos até a usá-lo à meia noite e não nos sentimos em risco hora nenhuma.



O metrô de Moscou é uma atração!!! São 196 estações, 12 linhas, cada uma de uma cor, e mais de 325 km, transportando cerca de 7 milhões de passageiros por dia. Todas as estações são diferentes, umas mais simples, outras com vitrais, lustres, estátuas, abóbodas, com o pé direito bem alto e muitas são coloridas! Dá vontade de conhecer todas, mas passaríamos dias fazendo isso! Cada linha tem dois trens, um que segue para a direita e outro para a esquerda! Na primeira vez que usamos o metrô ficamos uns 10 minutos tentando descobrir qual seria o trem certo! Um rapaz notou que estávamos meio perdidos e nos ajudou falando inglês! O Rafa logo entendeu como funcionam as linhas do metrô e ficou craque em fazer as baldeações! Euzinha estou tentando entender até agora! Hehehehe

Ainda bem que a linguagem de setas e cores é universal, senão, não conseguiríamos fazer as baldeações, saber em qual estação estávamos, sequer sair do metrô! O Rafa desenvolveu uma técnica ótima chamada "segue o fluxo"!
Ahhh, outra coisa legal é a escada rolante, que é gigante!!! Ficamos tão chocados que cronometramos -> 2'27". E as pessoas realmente respeitam aquela regrinha de ficar do lado direito e liberar o esquerdo para a passagem dos apressadinhos!
O metrô foi muito útil, pois ele foi nosso meio de transporte a maior parte do tempo.
Cada ticket custa 35 rublos, mais ou menos R$1,75.
APROVADO!
FALANDO RUSSO
Sem chances de entender alguma palavra escrita ou falada em russo! É muito difícil achar alguém que fale inglês, nem os funcionários do aeroporto falam inglês para passar informações. Para piorar, poucas placas têm tradução. #vemcopa
No início da viagem, a maior parte da comunicação ocorreu através de mímica, mas notamos que eles não são muito pacientes. Quando conversam, eles parecem estar sempre discutindo. O mais engraçado é que quando alguns começam a falar e você mostra que não entende nada, eles continuam a falar desenfreadamente!!! Em geral, quando precisamos comprar algo, como Tickets de metrô, ou ir a algum guichê, perguntávamos se falavam inglês, mas a maioria logo fazia cara feia e começava a falar o que parecia ser "eu não sei falar inglês, se vc não sabe estamos na Rússia e aqui se fala Russo"!
Mas também não era impossível nos comunicarmos, fazíamos gestos com as mãos informando quantos Tickets queríamos e eles mostravam na calculadora o valor.


Tivemos a ótima oportunidade de passar aqueles 2 dias com a família russa (Um dia no Campo), e nos obrigamos a aprender algumas palavras como: olá, por favor, obrigado e tchau, além de alguns palavrões! Hehe
Começar um diálogo com os russos, depois disso, melhorou a receptividade deles.
Não podemos generalizar! A maioria é grossa, antipática e não se esforça para se comunicar, mas vários foram super simpáticos e puxaram conversa conosco pra saber de onde éramos, o que estávamos fazendo lá e o que achamos do país deles.
TEMPERATURA
Pegamos temperaturas variando entre -10 e +1 grau. Notamos que, independente da temperatura real, o que influencia o frio é a umidade e o vento! Pegamos neve no primeiro e segundo dia, na verdade, bastante neve no segundo. Apesar de ter nevado mais no segundo dia, a sensação era de menos frio que no primeiro e no terceiro, quando a temperatura era de 0 graus e tinha acabado de chover. Congelante!
Uma semana antes de chegarmos a temperatura estava na casa dos -30 graus!!! Deve ser um frio insuportável e muito doloroso!!!
INDO AO MERCADO
Graças a Deus algum gênio resolveu colocar fotos na embalagens dos produtos! Ajuda muito, mas não resolve o problema!!!! hahahaha
Teve até um dia que compramos (sr. Rafael!) ketchup pensando ser molho de tomate. Ele só percebeu que estava errado quando já tinha despejado tudo na panela. E outra vez que quase estragamos um sanduíche com uma manteiga que na verdade só servia para fazer bolo.



As frutas são absurdamente grandes e bombadas! E para nossa surpresa, são bem mais saborosas e doces que no Brasil.
Os mercados grandes funcionam de uma forma mais inteligente! São os próprios clientes que pesam as frutas, o que é uma economia de funcionário. Outra coisa que chamou muito nossa atenção é que para retirar um carrinho de compras é necessário pagar 10 rublos (R$0,50). Quem retorna com o carrinho para a fila após as compras pode pegar a moeda de volta. Dessa forma, eles evitam aquela bagunça de carrinhos no estacionamento e funcionários para recolhê-los.


Também observamos que algumas marcas são famosas em várias partes do mundo, como a Nutella e o Nescafé, que mantém os seus nomes da mesma maneira.
MOEDA
Existem várias casas de câmbio nas ruas, elas ficam com uma placa do lado de fora que mostra o valor de câmbio para Euro e Dólar. O Rafa tentou trocar dinheiro no nosso primeiro dia, mas a atendente falou algo e ele disse "Yes, change for rublos", aí ela devolveu o passaporte e os dólares. Não entendemos nada que aquela "simpática" senhora russa disse e fomos embora. Depois encontramos um câmbio melhor e conseguimos trocar o dinheiro. Um dólar vale em média 58 rublos. Pra fazer a conta adotamos a seguinte técnica, divide o valor total em rublos por 10 e depois divide por 2, daí dá o valor em real.
Achamos alimentação relativamente barata! Teve um dia que comemos uma promoção do Burguer King de dois sanduíches e duas batatas por R$ 10,00!!! O mercado também não é caro. E o câmbio é bem valorizado pra gente.
Saímos de Moscou, mas Moscou ainda não saiu de nós! Foram incríveis os dias que passamos nessa cidade!
Próxima parada ---> Bangkok
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